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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

MAIS UMA VEZ SÃO PEDRO DEIXA "TRINTÃO" SEM PELADA

 A chuva que caiu no sábado, 18 de setembro, não impediu que o grupo do "Trintinha" realizasse a segunda rodada do seu concorrido Torneio de futebol. No entretanto, ela conseguiu afugentar a maioria dos sócios do "Trintão", razão pela qual, não conseguimos nº suficiente de "atletas" para a pelada da tarde do Clube dos Trinta.
Repare na cara de felicidade dos peladeiros mais "fominhas" do Trintão: Carlos Camerini e Pedro Landim, ao serem comunicados do cancelamento da partida.


Não teve pelada mas, em compensação vamos ter a tradicional crônica do nosso querido Alberto Oliveira, que, por motivos técnicos não foi publicada no nosso blog anterior.
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CRÔNICAS D’ALÉM MAR


(Do nosso correspondente em Lisboa, Alberto Oliveira)
 

O BOEING E O AUTOCARRO

Muito se tem falado dos treinadores que remetem as suas equipas para junto do guarda-redes a espera de um falhanço do adversário para sair em contra ataques rápidos e assim valer-se de alguma distracção para marcar um golo.
São os famosos autocarros que ficam ali estacionados como se de uma garagem de recolhas se tratasse. Mas estes duram pouco, porque basta encontrar um grupo de bons construtores de jogadas para começarem a cansá-los e dar-lhes a posse da bola para que se passe exactamente o contrário. Saem em aventuras sem regra, e isto dá-se muito nas bolas paradas quando os defesas, normalmente torres gémeas, tem dificuldade em voltar as suas posições, aventuram-se ao ataque nos cantos e livres que nem sempre dão grande resultado.
Pois tal como no samba do Tom ou como na Garota, de aviões também entendemos qualquer coisinha e não são estes os melhores esquemas para vencermos as contendas. Imaginemos um 747 tal como em uma banda de música, com todas elas ali junto aos assentos, mas quando levantamos e passeamos pelos corredores para esticar as pernas, sempre descobrimos, aqui e ali, algum aviãozinho dentro do próprio avião.
Pois não é que descobri que o autocarro lá do bairro é o 747, que de Boeing não tem nada, muito menos de avião, coitado, era somente o 47 dos bons tempos mas foi alargando a carreira para mais uma rua ali, mas outra acolá, mais adiante, e ganhou um 7 a frente como podia ter ganho um outro número qualquer.
O que importa é que com avançados destes que ficam ali junto aos postes o jogo inteiro a espera de um ressalto ou uma bola à barra para marcar um golo não há autocarro que resista.

Bem hajam
O signatário
A.O.
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NOTA DE FALECIMENTO.

Como a maioria dos nossos sócios e simpatizantes do Clube dos Trinta, já sabe, faleceu no domigo p.p., 19 de setembro, o nosso querido peladeiro e amigo, GLADSTONE SAMPAIO, o popular "Tony da Iposeira". 
O entêrro foi no São João Batista, no dia seguinte, e com a presença de alguns dos seus amigos mais chegados. Tony era o responsável pelo campo da Rua Iposeira, também em São Conrado, e vai deixar muita saudade no coração de seus colegas de pelada.
A missa de sétimo dia será na próxima quarta-feira, 29 de setembro, as 19:30hs, na Capela da Igreja da Ressureição, na Rua Francisco Otaviano, em Ipanema. 
Esperamos poder contar com a presença de todos aqueles que privavam da sua amizade. Um  bom descanso para o amigo.
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BAÚ DO PITTI
(Arquivo de fotos de peladas de priscas eras)


Hoje temos uma foto de uma equipe de artistas que disputou a preliminar de um dos maiores jogos da história do Maracanã:


Fluminense 1 x 0 Bayern de Munique.


(10 de junho de 1975)




Em pé, da esquerda para a direita: Bicão 1 (não sei de quem se trata), Flavinho Cavalcante Jr, o goleiro-galã Jadilson, o grande showman e craque de bola, Miele, Lug (filho do Chico Anyzio), Pitti (na época, além de produtor de discos da Phonogram, era galã do Programa de TV de Flávio Cavalcante), Dori Caymmi, o cantor catarinense Luiz Henrique (com um belo bigodão mexicano), Aquiles (do MPB-4) e o saudoso repórter da TV Educativa, tricolor roxo, "Pica Pau".
Agachados: Ernesto Raposo (foi de "Julinho da Adelaide". Ele, que joga até hoje no "Trintinha", foi quem me cedeu essa histórica foto), Miltinho (do MPB-4), "Bicão nº 2" (não me recordo quem seja!), Ruy (também do MPB-4), o ator João Carlos Barroso, o saudoso Arnaud Rodrigues e o compositor Paulinho Tapajos.
Essa partida foi vencida pela equipe acima, com a camisa tricolor, contra a equipe de simpatizantes do Flu, de camisa branca, pelo placar de 3 x 1. Na equipe de camisa branca jogou o nosso grande amigo, o campeão mundial Nilton Santos, a enciclopédia do futebol. Se não me falha a memória, os gols da equipe de camisa tricolor foram de Miltinho (do MPB-4, com passe açucarado do nosso Ernesto Raposo), Arnaud Rodrigues e João Carlos Barroso.
Nos anos dourados do Flu sob a direção do eterno presidente Francisco Horta, era Pittigliani quem organizava todos os jogos preliminares da "máquina tricolor".
Para vcs sentirem o clima da partida, vejam abaixo a matéria que foi publicada na Revista do Fluminense.


Rio de Janeiro, 10 de junho de 1975.


Félix; Toninho, Silveira, Assis e Marco Antônio; Zé Mário e Cléber; Cafuringa, Paulo César Caju (Manfrini), Rivellino e Mário Sérgio. Com essa fantástica linha, o Fluminense entrou em campo no Maracanã, para delírio dos 60.137 torcedores presentes. Disse 60.137, mas errei e já me corrijo: esse era o número registrado nas roletas. O amistoso organizado por Francisco Horta atraiu uma multidão soberba, muito maior que o público previsto. Dessa forma, a única solução foi abrir os portões. Havia, portanto, 100.000, ou talvez mais, testemunhas para o amistoso internacional.
Sim, amigos, foi um mero amistoso. Como pode um amistoso atrair tanta gente para o Estádio Mário Filho? Era a estreia de Paulo César Caju, o ponta da seleção, que o Fluminense acabara de repatriar do Olympique de Marseille. Mas não foi somente isso que levou a multidão ao Maracanã. Foi, sobretudo, o adversário do Fluminense: die Bayern, o gigante clube de Munique, o maior clube da Alemanha e, na época, o maior time da Europa.
 "Esse cronista tricolor está exagerando", observam os idiotas da objetividade. Porém, os fatos me apóiam: em 17/05/1974, na cidade de Bruxelas, o Bayern de Munique havia conquistado a Europa, ao derrotar por 4 a 0 o Atlético de Madrid na final da Copa Européia (que hoje chamamos de Liga dos Campeões). E, em 28/05/1975, na cidade de Paris, o Bayern havia conquistado novamente a Europa, ao vencer o Leeds United por 2 a 0.
Sim, amigos, o oponente do Fluminense era o atual bicampeão europeu. (Die Bayern
 ainda conquistaria o tricampeonato em 1976, batendo por 1 a 0 o Saint Étienne, em Glasgow, no dia 12/05). Vejam a constelação que envergava o uniforme de Munique: Maier; Durnberger, Schwarzenbeck, Beckenbauer e Weiss; Roth, Tortensson e Rummenigge; Zobel, Müller e Kapellmann. Sabem por quê eu destaquei cinco nomes na escalação? Porque os cinco estavam no escrete alemão, que venceu a Copa do Mundo de 1974! Eram, portanto, além de bicampeões europeus, campeões mundiais. Sepp Maier era o melhor goleiro do mundo, Franz Beckenbauer era o melhor zagueiro do mundo, e Gerd Müller era o maior artilheiro da história das Copas do Mundo. Que timaço!
E como transcorreu a grandiosa batalha? Assim que entraram no gramado do Maior do Mundo, os times saudaram os torcedores e se cumprimentaram. O pontapé inicial revelou um desses jogos imortais. O Fluminense foi só pressão no começo, entusiasmando até mesmo quem não é pó-de-arroz. Aos sete minutos, Rivelino dá um "elástico" na entrada da área. O malicioso drible, inventado pelo próprio Riva, desnorteou toda a defesa alemã. Logo após, o craque da patada atômica deu um passe milimétrico para Cléber, que apareceu na cara do gol. Sepp Maier fechou o ângulo, e Cléber deslocou o goleiro. A bola, porém, não tinha como destino o gol. Acontece então o suave milagre: a pelota desvia na canela de Gerd Müller, e morre no fundo do gol. Gol contra do maior artilheiro da história das Copas. O placar do Maracanã anunciava, exaltando-se de felicidade:
 "Fluminense 1, Bayern 0". Era só o início da partida.
O jogo se seguiu assim: o Fluminense dava espetáculo, e o bicampeão europeu se defendia. Não foi só a grande partida do Tricolor: foi também o grande dia de Sepp Maier. O arqueiro alemão defendia tudo, até pensamento. A facilidade com que detinha os disparos brasileiros, sempre bem colocado, era de arrepiar.
 "Isto sim é que é goleiro!", urravam as testemunhas da atuação épica, nas arquibancadas, gerais e cadeiras. Começa a segunda etapa, e o show de Maier continua, com defesas incríveis e seguras. Elas eram feitas com tamanha simplicidade, que irritavam os atacantes do Fluminense e deliciavam quem as assistia.
Os bicampeões europeus que estavam na linha apenas assistiam impotentes à exibição da Máquina Tricolor, comandada por Rivellino, Cafuringa e Mário Sérgio. Beckenbauer, Rummenigge, Müller, Kapellmann e os outros nada podiam fazer: era um show de bola dos astros de Laranjeiras. Apenas o arqueiro Maier conseguia deter o pó-de-arroz, com as espetaculares e milagrosas intervenções.
O placar magro não traduz o domínio colossal que o Fluminense exerceu durante os noventa minutos. O time que, duas semanas antes, conquistara o bicampeonato europeu foi atropelado pela Máquina Tricolor. Amigos, o Fluminense de 1975 não foi campeão brasileiro, não foi campeão da América, e não foi campeão intercontinental. Porém, a equipe não precisava de nenhum desses canecos. Eles eram pequenos e irrelevantes diante da magnitude daquele plantel. Era, simplesmente, o melhor time da face da Terra.
Destaque também para a preliminar, organizada por Armando Pittigliani, onde, principalmente, artistas torcedores do Fluminense mesclados com alguns outros de outras equipes, fizeram uma belíssima partida. Vitória para os artistas com a camisa tricolor sobre os artistas com a camisa branca do Flu: 3 x 1.
PC



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ATENÇÃO!

UM PEDIDO ESPECIAL DO NOSSO

"PRESIDA"


Fomos procurados hoje pelo nosso querido "presida", Roberto Azevedo, que solicitou o auxílio do nosso blog para reivindicar um pouco de paciência da turma do "Trintão" no próximo sábado, quando teremos a final do Torneio de futebol do "Trintinha". 

Como habitualmente, após o término do jogo final, haverá a festa de entrega das medalhas e dos Troféus para a equipe ganhadora e o artilheiro da competição. Culminando tudo com o tradicional churrasco da vitória.
Isso implicará certamente em superlotação da nossa sede, bem como das áreas disponíveis para estacionamento dos nossos carros. O que deverá ser um grande transtorno para o grupo da tarde. Aliás, no ano passado, no dia da final, o jogo do "Trintão" passou para o dia seguinte, domingo, pela manhã.
Por isso mesmo o nosso presidente, de antemão, pede desculpas pelo transtorno e espera que tudo possa ser contornado para que a união dos dois grupos prossiga sem maiores complicações.

(Troféu Kiko, ofertado pela própria família do homenageado)

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Por hoje é só. Esperamos que, sábado que vem, estejamos com um quorum suficiente para realizarmos pelo menos uma pelada.
Até pra semana.
Fui, Pitti


Um comentário:

  1. Oie Pitti,
    Muito obrigada pela nota sobre o meu pai Tone, e pelo carinho.
    Beijos,
    Dicéa

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