Foi um daqueles sábados típicos do inverno carioca. Muito Sol e poucos peladeiros em campo. Mais uma vez o nº reduzido de atletas fez com que fosse realizada apenas uma partida.
Mas, também, QUE PARTIDA!...
Depois de um primeiro tempo com uma exibição primorosa por parte do time Amarelo, que goleou o Vermelho por 4 x 1, veio um etapa final inédita na história das nossas peladas. Sem nenhuma modificação na escalação dos times, os caras da camisa vermelha, comandados pelo dublê de craque e estrategista, Jayme Lima, conseguiram a inacreditável façanha de virar o jogo para 10 x 6!
No 1º tempo, com um gol de Ricota e 3 gols de Leandro, a equipe Amarela dominou amplamente as ações e saiu para o intervalo certa (ela e mais 99,9% dos presentes ao campo do Clube dos Trinta) que o "bicho" já tava garantido.
No entretanto, esse 0,01% (na verdade o nosso interminável Jayme Lima) decidiu que a banda não iria tocar do mesmo jeito, para a segunda etapa.
Para tanto, antes do reinício do jogo, Jayminho reuniu seus companheiros e, depois de longa e gesticulativa troca de idéias, mudou todo mundo de posição para tentar o quase impossível. Reverter os rumos da partida.
Depois de quase 10' de espera, finalmente nosso impoluto árbitro Carlão Camerini pode então dar reinício a pelada..
No Vermelho todo mundo jogou muito mal no 1º tempo e muito bem na etapa final. Ou seja, nota 5 no início e nota 9 na 2ª etapa.
Destaques maiores para Jayminho, pela mudança tática da equipe, e Cesar, por ter feito 5 gols. Média de todos os atletas vermelhos: 7.
Com a equipe Amarela logicamente aconteceu o inverso: bons na 1ª etapa e simplesmente horríveis na fase final. Até com Leandro aconteceu isso: fez 3 belos gols no 1º tempo e - logo no reenicio do 2º marcou, de cabeça, o mais lindo gol da rodada... Só que contra seu time! Dr. Ricota marcou 2 gols e "o locutor que vos fala", deixou também o seu.
Assim como seu adversário, o time Amarelo jogou bem uma parte e muito mal na outra. Contudo, perdeu de virada e goleada. Assim sendo, no 1º tempo nota 7 pra todos os "yellows", Já no segundo... mereceram apenas a nota 0!
Média e nota final para os Amarelos: 3,5.
NA INTIMIDADE DOS VESTIÁRIOS
OU A VERSÃO 2012 DO POETA GENTILEZA
Na semana passada fomos invadidos pela torcida "Mico Estrelada", que veio exclusivamente para torcer pelo Leandro Chaves, à convite do próprio. Porém, a bagunça observada na realização do torneio com três equipes, quando a maioria dos jogadores do time que iria disputar a 3ª partida, deu uma desculpa "furada" e se escafedeu, fez com que a numerosa torcida "Miquense" ficasse muito irritada extravasando sua ira contra os peladeiros presentes. Como diria o nosso grande e saudoso filósofo Paulinho "Dá Pra Paulinho": pagamos o maior mico! Porém, nesse sábado - para provar que nossos torcedores são "o bicho", sai Mico Estrela e entra Gata do Macarrão.
PARA AQUELES MAIS VELHOS, QUE BATIAM SUA BOLINHA QUANDO ERAM MAIS JOVENS.
AS 10 REGRAS DAS PELADAS DE RUA.
Da cidade do Rio de Janeiro. Desde há 50
anos atrás.
A bola
podia ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol
servia.
No
desespero, usava-se qualquer coisa que rolasse, como jornal amassado dentro de
uma meia, caixa de papelão com os bicos amassados, uma lata vazia ou a
merendeira do irmão menor.
2.
O GOL
O gol podia
ser feito com o que estiver à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas,
chinelos, os livros da escola ou até o seu irmão menor.
3.
O CAMPO
O campo era
a rua, incluindo as calçadas, ou não e, nos grandes clássicos, o quarteirão
inteiro.
4.
DURAÇÃO DO JOGO
O jogo
normalmente terminava com a confecção do 10º gol, com troca de campo no 5º. Era o famoso: “Com 5 vira e 10 acaba”! Também
podia durar até a mãe do dono da bola chamar ou até escurecer. Finalmente - para aqueles que têm mais de 60
anos de idade e moravam no Rio - terminava a pelada quando o 1º bonde “taioba” aparecesse na
rua. Em Tempo: “Taioba” era o bonde
que transportava carga e passava de hora em hora. OBS:- Os jogos noturnos eram mais emocionantes com a ameaça da
vizinhança em chamar a polícia.
5.
FORMAÇÃO DOS TIMES
Variavam de
3 a 70 jogadores para cada lado, cada um com sua característica. O ruim ia para
o gol, o perneta jogava na ponta, esquerda ou direita, dependendo da perna que
faltava, o de óculos era o meia-armador, para evitar as trombadas, e o gordo
era beque. Os dois melhores jogadores
disputavam quem iria escolher primeiro (“marraio, firidó sou rei!”) os seus
atletas preferidos. Os chamados “perebas” (os que não jogavam nada!)
ficavam sempre entre os últimos a serem escolhidos. O dono da bola, ou das
camisas, escolhia em qual time preferia jogar.
6.
AS REGRAS
Não tinha
juiz, as faltas eram marcadas pelo consenso (grito), o que não era muito fácil
de controlar. Não valia bater da canela pra cima e bola estourada era sempre da
defesa. Pênalti em gol era gol e a
saída, após um gol (pelo menos aqui no Rio), era “à Bangú”. Ou seja, com um
tiro de meta. A única falta grave, com direito a expulsão da pelada por alguns
dias, prevista nas regras do futebol de rua, era atirar o adversário dentro do
bueiro ou do valão com esgoto a céu aberto.
7.
AS INTERRUPÇÕES
No futebol
de rua a partida só podia ser paralisada em quatro ventualidades:
a) Se a
bola entrasse por uma janela. Neste caso, os jogadores deveriam esperar 10
minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorresse, os jogadores
designavam um voluntário para bater na porta da casa e solicitar a devolução,
primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b)
Quando passasse na rua (campo) uma garota muito gostosa (e que não fosse irmã
ou mãe de nenhum dos presentes)
c) Ao
trafegarem veículos pesados, de ônibus para cima. Com bicicletas e fusquinhas o
jogo continuava e podiam ser chutados juntos com a bola e, se entrasse, valia o
gol.
d)
Ou, finalmente, quando a Rádio-Patrulha
entrava em campo, a pedido de vizinhos incomodados com os palavrões (merda
, naquela época, já dava problema!) ou então com boladas (involuntárias) em
pessoas metidas, políticos, carrinhos de bebê ou religiosos.
8.
AS SUBSTITUIÇÕES
Eram
permitidas substituições nos casos de:
a)
Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a lição ou com mãe de
chinelo na mão, para levar o peladeiro para almoçar ou jantar.
b) Jogador que tivesse arrancado
o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acabava voltando à
partida após utilizar aquela “água santa”, que era uma boa mijada no pé.
9. A JUSTIÇA
ESPORTIVA
Os casos de
litígio maior eram resolvidos com um requerimento, de preferencia, encaminhado
à Liga Náutica, com 5 estampilhas e em três vias. Ou seja, nunca nada tinha
solução. Dentro das quatro linhas valia tudo, mas, fora de campo, agressões ou
xingamentos (principalmente quando a genitora era citada) eram expressamente
proibidos. Os infratores ficavam barrados da pelada por tempo indeterminado.
10.
LEI SECA, DOPPING E OUTRAS BABAQUICES, HOJE, POLITICAMENTE INCORRETAS.
Se o
indivíduo jogasse, bebia algumas antes e, depois, muitas! Já, no caso de chegar
atrasado e não conseguir uma vaga, aí sim, se bebia TODAS! Os estudos da época provaram que ficar bêbado
facilitava o drible. O jogador “de cara cheia” caía, aleatoriamente,
para um lado ou para outro, deixando o adversário absolutamente desconcertado. Ele
não driblava, simplesmente, cambaleava sem nenhum controle pessoal. Era a chamada “Teoria Garrinchiana”. O lema da época era: “SE BEBER SEMPRE JOGUE, MAS, SE
ESTIVER DE CARA LIMPA... JOGAR? NEM PENSAR!” Ah...! Bons tempos, aqueles, hein?...
**********************************
(Recolhido do folclore popular sobre as peladas que aconteciam há
pelo menos 50 anos, na cidade do Rio de Janeiro, adaptado e revisto, especialmente
para o Blog Trintão News.. By Pitti)
The End
O QUE ERA DOCE SE ACABOU, QUEM QUISER QUE CONTE OUTRA!
CIAO, CAMBADA!
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